26 de Março, 2015
Dieta mediterrânea é melhor do que exercício na prevenção de doenças cardíacas, aponta estudo
Luís Martins
RIO - Comer peixes oleosos, nozes, cereais integrais, frutas e legumes superam os benefícios de um exercício regular em qualquer idade ou sexo, diz um novo estudo sobre a dieta mediterrânea da Universidade de Harokopio, em Atenas. A adoção desse tipo de alimentação pode reduzir o risco de desenvolver doenças cardíacas quase pela metade ao longo de um período de 10 anos.
A pesquisa, que será apresentada no final deste mês na 64ª Sessão Científica Anual de Cardiologia da American College, em San Diego, é inédita, porque pela primeira vez não se concentra em pessoas de meia idade ou mais velhas. A análise, dessa vez, foi feita em pessoas de ambos os sexos, de 18 a 89 anos.
“Nosso estudo mostra que a dieta mediterrânea é uma intervenção benéfica para todos os tipos de pessoas - em ambos os sexos, em todas as faixas etárias e em pessoas saudáveis e com problemas de saúde”, afirma a médica Ekavi Georgousopoulou, que conduziu o estudo junto com o professor Demóstenes Panagiotakos. “Ele também revela que a dieta mediterrânea tem benefícios diretos para a saúde do coração, além de seus benefícios indiretos na gestão de diabetes, hipertensão e inflamação.”
Mais de 2,5 mil adultos gregos forneceram aos pesquisadores detalhes sobre sua saúde a cada ano, de 2001 a 2012. Os participantes também completaram pesquisas abrangentes sobre os seus registros médicos de estilo de vida e hábitos alimentares três vezes ao longo do estudo: no início, depois de cinco anos, e depois de 10 anos.
Ao longo da década, quase um quinto (20%) dos homens e 12% das mulheres que participaram do estudo desenvolveram ou morreram de doenças cardíacas.
Em geral, descobriu-se que aqueles que mais aderiram a uma dieta mediterrânea tinham 47% menos probabilidade de desenvolver doenças cardíacas do que aqueles que não o fizeram.
“Como a dieta mediterrânea é baseada em grupos de alimentos que são bastante comuns e fáceis de encontrar, as pessoas ao redor do mundo poderiam facilmente adotar este padrão alimentar e ajudar a proteger contra doenças do coração com um custo muito pequeno”, disse Georgousopoulou.
Ainda de acordo com o estudo, as mulheres são mais propensas a adotar uma dieta mediterrânea do que os homens. O pesquisador também apontou que, apesar de a Grécia estar no Mediterrâneo, gregos acabaram adotando uma dieta mais ocidental ao longo dos últimos 40 anos, o que inclui grandes quantidades de carne vermelha, sobremesas açucaradas, alimentos ricos em gordura e cereais.