03 de Julho, 2015
Por que devemos prescindir do plástico e do teflon na cozinha?
Luís Martins
Na atualidade, existe uma tendência a prestar muita atenção aos ingredientes dos alimentos que consumimos, mas também é importante selecionar bem os recipientes e utensílios que usamos para manusear esses alimentos.
Possivelmente, você já tenha ouvido algumas notícias sobre o perigo de usar determinados tipos de plástico ou outros materiais. Neste artigo explicamos por que prescindir principalmente do plástico e do teflon pode ajudar a prevenir possíveis problemas de saúde a longo prazo.
O bisfenol A
O bisfenol A, abreviado como BPA, é uma substância que forma parte de numerosas vasilhas de plástico. Segundo uma grande quantidade de estudos científicos, o BPA pode afetar negativamente o equilíbrio hormonal e está relacionado com patologias como a diabetes, a obesidade, a infertilidade, o câncer de mama ou de próstata, os problemas cardiovasculares, as alterações no desenvolvimento neurológico e cerebral e os transtornos do comportamento.
Na França, seu uso já está proibido e a União Europeia proibiu a venda de mamadeiras de plástico com esse componente, seguindo os passos dos Estados Unidos e Canadá.
Além do bisfenol A, existem outras substâncias potencialmente tóxicas como os ftalatos ou o poliestireno expandido.
A seguir vamos explicar como podemos evitar esses efeitos nocivos para a nossa saúde.
Como evitamos o BPA?
Todo vasilhame de plástico deveria levar um código de reciclagem impressa, geralmente na base. Deveríamos dar uma olhada nesse código para saber de que plástico se trata, já que não todos contêm o BPA, nem são iguais de daninhos.
Os plásticos que contêm mais quantidade do BPA são os numerados com 3, 7 e 10.
Segundo a Unidade Especial de Saúde Ambiental Infantil dos EUA, os plásticos menos prejudiciais, por outro lado, são aqueles com os seguintes números:
1 (PETE).
2 (HDPE).
4 (LDPE).
5 (PP).
Além de escolher esses plásticos quando não temos outra opção de vasilha, também é importante evitarmos reutilizar as garrafas de plástico, já que seu uso prolongado vai facilitando a liberação das substâncias tóxicas.
Por último, não devemos submeter o plástico com alimentos a altas temperaturas, o que inclui esquentar a comida no micro-ondas em vasilhas de plástico. Este processo libera ainda mais facilmente os produtos químicos.
Sempre que puder, prescinda dos plásticos e inclusive das latas, já que, em geral, elas levam um revestimento interior que também é prejudicial, e opte pelos recipientes de vidro, cerâmica, madeira ou aço inoxidável.
O teflon
Estudos científicos detectaram níveis importantes de teflon no sangue da maioria de pessoas, por causa do desprendimento gradual desse material antiaderente que recobre panelas, frigideiras e bandejas de forno, principalmente.
A substância tóxica relacionada com o teflon é o ácido perfluoroctânico (PFOA), que demonstrou ser potencialmente cancerígena.
Alternativas ao teflon
Os antigos utensílios de alumínio também não são recomendáveis, já que a exposição a esse metal pesado está relacionada com a aparição de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer ou o Parkinson.
Portanto, os materiais mais saudáveis na cozinha são os seguintes:
Vidro.
Cerâmica.
Titânio.
Aço inoxidável.
Ferro fundido.
Barro natural.
Madeira.
Bambu.
Como escolhemos?
Alguns desses materiais podem nos surpreender ou nos resultar desconhecidos, mas o certo é que cada vez há mais lojas que estão comercializando recipientes de materiais naturais que não incluem componentes tóxicos para a saúde a longo prazo.
Temos que pesquisar e ir testando essas panelas e frigideiras para encontrar as mais adequadas para cada tipo de cozimento, já que com algumas é fácil que a comida grude, com outras, vamos precisar de altas temperaturas, etc. Cada material tem os seus segredos.
Entretanto, desse modo também poder descobrir novos tipos de cocção e inclusive se inspirar em outras culturas, como é o caso das vaporeiras de bambu para cozinhar ao vapor ou os tahines da cozinha árabe, elaborados com barro cozido.
Também temos quer levar os preços em consideração, já que, infelizmente, os produtos mais ecológicos e efetivos, como os de titânio, costumam ter preços altos.
Por outro lado, os de cerâmica se utilizam cada vez mais e podem ser encontrados a um bom preço.