Gripe - Vacinas Tri e Quadrivalentes
1. Qual a vantagem da vacina conter as duas linhagens de vírus B?
Desde o ano 2000 vem sendo registrada a cocirculação das duas linhagens de vírus influenza B (Victoria e Yamagata). Em cerca de metade das vezes, a linhagem B contida na vacina trivalente não é coincidente com a que predomina numa temporada, o que limita a capacidade preventiva da imunização. Portanto, a inserção das duas linhagens de vírus B na composição da vacina aumenta de forma considerável sua efetividade. 2. Qual a formulação definida pela Organização Mundial de Saúde para o Hemisfério Sul?
VACINA TRIVALENTE
Uma cepa viral semelhante ao vírus A/Califórnia/7/2009 (H1N1).
Uma cepa viral semelhante ao vírus A/Switzerland/9715293/2013 (H3N2).
Uma cepa viral semelhante ao vírus B/Phuket/3073/2013 (Yamagata).
VACINA QUADRIVALENTE
As três cepas contidas na vacina trivalente +
Uma cepa viral semelhante ao vírus B, das linhagens Yamagata ou Victoria
Todas as cepas são cultivadas em ovo, portanto, contêm pequena quantidade de ovoalbumina. A vacina em apresentação monodose NÃO contém adjuvantes ou mercúrio (timerosal ou tiomersal). 3. Há algum grupo prioritário para receber a vacina quadrivalente?
As indicações são as mesmas da vacina trivalente. É importante destacar que pessoas que integram os grupos de maior risco para as complicações e óbitos por influenza, na impossibilidade de arcar com o custo de aplicação da vacina quadrivalente, não devem deixar de se vacinar na campanha nacional de vacinação contra a gripe, realizada anualmente pelo Ministério da Saúde. 4. Qual o perfil de segurança e eficácia das vacinas quadrivalentes?
Os estudos de licenciamento das vacinas quadrivalentes não demonstraram maior incidência de eventos adversos, tanto locais quanto sistêmicos, na comparação com as vacinas trivalentes. O licenciamento foi obtido com base em estudos de imunogenicidade e de segurança. Pela maior abrangência e cobertura que oferecem, espera-se uma maior efetividade. 5. As vacinas quadrivalentes podem ser aplicadas durante a gestação?
Sim, gestantes constituem grupo prioritário para a vacinação, por conta do maior risco de desenvolver complicações decorrentes do adoecimento e também pela transferência de anticorpos ao bebê, o que vai protegê-lo nos primeiros meses de vida. 6. Crianças que receberam duas doses da vacina trivalente em anos anteriores, este ano deverão receber duas doses da quadrivalente?
Não é necessário. Vale a regra: crianças que receberam duas doses na primeira vacinação devem receber somente uma dose em anos posteriores. 7. Crianças que vão receber pela primeira vez a vacina influenza podem receber uma dose da trivalente e a segunda da quadrivalente?
Não há estudos referentes a esse tipo de intercâmbio, porém, não há plausibilidade biológica para supor algum problema com este esquema. 8. Em uma mesma temporada, é possível receber uma dose da vacina trivalente e outra da quadrivalente para ampliar a proteção?
Sim. Mesmo em relação às crianças, embora não haja estudos com aplicação de três doses de vacina influenza numa mesma temporada, não é provável haver problemas relacionados à segurança deste esquema. 9. Crianças que necessitam de mais de uma dose podem receber vacinas quadrivalentes de fabricantes diferentes?
Sempre que possível deve-se manter o esquema com a mesma vacina. Na falta do produto ou quando não há informação sobre a vacina aplicada na primeira dose, deve-se optar por uma vacina influenza (tri ou quadrivalente) de qualquer produtor, desde que seja licenciada pela Anvisa. 10. Existe um intervalo mínimo entre as vacinas tri e quadrivalente?
O intervalo ideal é de quatro semanas, podendo-se chegar ao intervalo mínimo de três semanas. 11. A vacina quadrivalente pode ser aplicada no mesmo dia que outras vacinas?
Sim, da mesma forma que a trivalente. 12. A quadrivalente pode ser aplicada em imunodeprimidos e pessoas com comorbidades?
Por ser uma vacina inativada, como a trivalente, não há restrições de uso em populações imunocomprometidas – um dos grupos prioritários para a vacinação. Como as pessoas nessa condição tendem a produzir menos anticorpos, é importante que aqueles com quem convive também sejam vacinados (estratégia “cocoon”). 13. Qual a via de administração?
As vacinas tri e quadrivalentes devem ser administradas por via intramuscular. 14. Quais as contraindicações?
São as mesmas das vacinas trivalentes: alergia grave (anafilaxia) ao ovo ou a dose anterior da vacina. Lembre-se que a vacinação deve ser adiada em pacientes com febre ou infecção aguda moderada a grave. 15. Qual das vacinas é mais recomendada?
A Vaccini segue a recomendação da SBIm que orienta para o uso preferencial das vacinas quadrivalentes, pelo seu maior espectro de proteção. Porém, na indisponibilidade do produto, não se deve abrir mão da vacina trivalente, especialmente em grupos de maior risco para o desenvolvimento de formas graves da doença, observando a recomendação de vacinação universal. 16. Quais são os eventos adversos possíveis?
Embora pouco frequentes, os mais comuns ocorrem no local de aplicação: eritema, edema localizado, dor, equimoses e enduração. Reações sistêmicas são incomuns, mas podem ocorrer: febre, mal-estar, calafrios, fadiga, cefaleia, sudorese, mialgia e artralgia. Estas reações normalmente desaparecem espontaneamente em um ou dois dias. 17. Qual é o esquema de doses?
Crianças com idade entre 6 meses e 8 anos 11 meses e 29 dias, não vacinadas anteriormente, devem receber duas doses, com intervalo de um mês; nos anos subsequentes, a indicação é de apenas uma dose anual. Crianças a partir de 9 anos de idade e adultos: uma dose anual. 18. Qual a duração da proteção?
A imunidade é geralmente obtida em duas a três semanas após a vacinação e dura de seis a doze meses. 19. É contraindicada a ingestão de bebida alcoólica após a vacinação?
Não há esse tipo de contraindicação.