Ver fotos de animais fofinhos tem impacto positivo, segundo pesquisa
A música traz muitos benefícios. Entre eles, a capacidade de liberar o estresse e cultivar o modo de expressão pessoal. Que tal aprender a assoviar aquela sua música favorita?
Ria e sorria! Pensar positivo é uma questão de treino. Para isso, tente sempre emanar positividade. Se parecer algo muito difícil, a coach Teresa sugere uma técnica. “Quando estiver se sentindo carregado, feche os olhos e abra um sorriso. Ou, então, mostre os dentes para o espelho. Percebeu que algo dentro de você ficou mais leve?”. Nós testamos e percebemos.
Avalie todos os lados de uma situação. Terminou com o parceiro ou brigou com a amiga? Talvez seja hora de rever quais pessoas são necessárias na sua vida. “A pessoa positiva tem uma atitude racional diante da vida. No fundo, como acredita que tudo é bom, ela foca no lado afirmativo das oportunidades que a vida oferece”, conta Teresa.
Cultive relacionamentos enriquecedores com pessoas edificantes. Também não tenha receio de cortar aquelas pessoas que fazem mal do seu convívio. “Somos estações receptoras e transmissoras. Têm pessoas que exalam coisas boas e nos fazem querer ficar perto. Por outro lado, tem gente que você mal senta perto e já quer sair. Cultivar a relação com quem nos faz bem é necessário para a saúde mental”, explica a life coach.
Desconectar-se um pouco dos problemas é importante para manter uma atitude positiva. Desligue o computador ou a televisão e vá dar uma volta no quarteirão, apreciando os sons ao redor. “É difícil ser positivo em um mundo em que somos bombardeados com informações negativas”, comenta Teresa.
Cuidado com o ambiente que você cria, tanto para seus amigos quanto para a sua família. O terapeuta Fábio Mocci explica que o ambiente influencia a maneira como a pessoa encara a vida, principalmente a forma de criação. “O contexto familiar em que você está envolvido pesa muito. Se a pessoa tem pais opressores, pode se tornar uma pessimista”. Por isso, perceba se seu pessimismo é “herdado” e livre-se dele. E procure sempre criar um ambiente harmonioso ao seu redor.
Diga ‘sim’ para novas oportunidades. Seja uma pessoa mais aberta aos acontecimentos não planejados. Muitas coisas boas podem vir de lugares que você nem esperava e mergulhar no desconhecido costuma expandir suas visões de mundo.
O pensamento positivo deve ser cultivado todos os dias
Não tome decisões em situações de emoção extrema, seja de raiva ou felicidade. Na euforia, muitas vezes dizemos coisas que podemos nos arrepender depois, o que acaba criando uma situação desconfortável para todos. Uma pessoa positiva é, antes de tudo, racional e consciente de suas próprias ações. Na dúvida, clareie a mente, respire fundo e conte até 10.
13. Preste atenção não só ao que você fala, mas em como fala. Uma técnica interessante é sempre se questionar a quem a informação trará benefício. “Não adianta querer ser positivo se ficar falando mal dos outros”, exemplifica André.
14. Gaste seu tempo com experiências em vez de bens. O aprendizado das vivências é significativo para o resto da vida. “Um dos benefícios é sentir-se bem. Cada pensamento e ação produz uma descarga bioquímica que faz as pessoas experimentarem sensações diferentes a cada nova experiência”, conta Teresa Guimarães.
Faça uma limpeza interna. Não guardar mágoas e perdoar falhas são maneiras de começar esse processo. “A ‘ecologia interna’ faz com que haja uma reciclagem dos pensamentos ruins, e os reelabora internamente para devolver para o ambiente de maneira mais suave, mais agradável e condizente com a nossa identidade”, diz a coach.
É possível escolher ser feliz?
Especialistas afirmam que felicidade tem receita. Mas quais são as atitudes práticas para viver um conceito tão subjetivo?
Amana Salles/ Fotoarena
A designer Renata Winkler descobriu que podia ser feliz depois de ter enfrentado um câncer e um divórcio ao mesmo tempo Estar cheio de problemas, correr atrás de dinheiro para as contas fecharem no fim do mês, cuidar da saúde para prevenir e remediar ou estar atravessando uma crise pessoal não significam necessariamente infelicidade. O livro recém-lançado “A ciência de ser feliz” (Editora Ágora) reúne pesquisas que mostram práticas e pontos de vista que ajudam a ser mais feliz, sem depender tanto de fatores externos.
Escrito por Susan Andrews, psicóloga americana radicada no Brasil, define a felicidade como “combinação entre o grau e frequência de emoções positivas; o nível médio de satisfação que a pessoa obtém durante um longo período; e a ausência de sentimentos negativos, tais como a tristeza e raiva”. Mas como chegar nesse estado?
A designer de moda Renata Winkler, 45 anos, deu uma guinada e passou a encarar a vida de uma forma diferente. “Depois que eu tive câncer de mama, não queria mais ficar esperando”, conta Renata, que há dois anos tratou com sucesso a doença, ao mesmo tem em que levava adiante um divórcio. “Não sei se foi ter tido câncer e me separado ao mesmo tempo, mas tomei a decisão de simplesmente viver. Eu não era assim, me questionava muito, era desconfiada. Levo as coisas de um jeito mais leve hoje”.
Quando decidiu se separar, Renata saiu de casa só com uma mochila nas costas. Afirma que sempre foi uma materialista, mas na hora de tomar decisões sérias para sua vida, desapegou. “Tem males que vêm para bem. Cheguei a dormir no meu carro por falta de grana, e vi que conseguia sobreviver com muito pouco. Acho até que está melhor viver com menos coisas, mas com mais qualidade. As pessoas querem ter cada vez mais e perde-se tempo em função disso”, diz a designer. Renata parou de se preocupar com o que as pessoas vão pensar dela, e começou a curtir a vida de forma mais ousada. “Levo bronca de filho porque caí pedalando na estrada, mas estou mais feliz assim”, diz. O monge Jorge Mello, um dos difusores do conceito de Simplicidade Voluntária no Brasil, acredita que felicidade é, sim, opção. “A escolha começa ao aceitarmos que é possível ser feliz, aqui e agora, sendo quem eu sou, o que abre um horizonte de transformações rumo a uma caminhada consciente e autônoma. Faz parte da natureza humana estar alegre ou triste; ser feliz está para além dessas condições emocionais transitórias”, afirma. Ele acredita que a opção pela simplicidade pode contribuir para a felicidade em vários sentidos.
“Quem tem possibilidades demais acaba não fazendo nada. É um caminho para a depressão. Passar por necessidade não é bom, mas lutar pelas coisas ajuda a dar mais valor para o que se tem”, acredita Renata. Desapegar e simplificar, explica Mello, não tem a ver com abrir mão de todos os bens. “Uma vida mais simples é um ato de poder genuíno. Quando me questionam se isso equivale a uma vida de pobreza, lembro que ninguém é pobre porque quer, mas só é simples quem pode”, afirma. Para o monge, adotar a simplicidade abre uma percepção individual e única para descobrir o que traz satisfação autêntica e duradoura. Sem comparação
Por depender de valores subjetivos, a felicidade pode ter caminhos diferentes para cada pessoa. “É algo construído ao longo da vida, com sua subjetividade. Desde que se nasce, vai se descobrindo o que se quer e que vale a pena viver a vida”, diz Rosa Reis, psicanalista da Federação Brasileira de Psicanálise. Ou seja, não vale sonhar com uma casa igual à do vizinho, ou se preocupar tanto com reformas e modificações na sua se você mal tem tempo de curti-la.
Para encontrar seu caminho próprio para a felicidade, Rosa recomenda prestar atenção nos momentos que propiciam relaxamento, sensação de bem-estar e paz. “São situações em que você se sente integrado com você mesmo, realizando coisas importantes. Você tem que olhar para dentro de si, e não buscar fora”, diz. Podem ser coisas simples, como passear com o cachorro ou uma conversa gostosa durante um jantar em família. A chave é valorizar esses momentos e dar espaço para que eles se repitam.
Felicidade é um investimento
Outro fator indispensável é dedicar tempo e energia à felicidade. A filósofa Patricia Fox, 42 anos, que trabalha com espiritualidade feminina, afirma ser feliz por seguir o que o coração pede. “Mesmo que eu tenha que ‘brigar’ com o mundo’, afirma. O interesse pela filosofia nasceu depois da perda da mãe, aos 21 anos. “Foi terrível e sinto falta dela, mas foi o início da busca por uma cura.” Ela optou por uma carreira com ganhos não muito altos, mas que permite que ela faça o que gosta e tenha tempo livre. “Felicidade não é alienação, não é se distrair com coisas que não te ilustram de verdade”, afirma.
Patrícia faz questão de usar as crises e revezes a seu favor. “Manter-se numa zona de conforto muitas vezes é prolongar a infelicidade, seja num casamento, numa faculdade que o pai obrigou, num emprego que não gosta”, diz. “Se não posso viajar, vou para o parque perto de casa. É o que tem para hoje, sabe? Tudo é muito instável.” Para a psicóloga e psicodramatista Cecília Zylberstajn, trata-se de uma habilidade adquirida. “Dá para aprender a ser feliz em todas as situações que a vida impõe para a gente e não depender de coisas conquistadas”, afirma. “É uma escolha porque depende de abrir espaço na vida para fazer coisas que você gosta.”
Tristeza é diferente de infelicidade
É evidente que os problemas não desaparecem com a decisão de ser feliz. Perdas e crises vão acontecer sempre. “Uma dica prática é viver os momentos de tristeza quando eles aparecem. Se permitir viver plenamente a tristeza e o luto quando for necessário permite que ela passe e você fique fortalecido”, afirma Cecília. “Felicidade implica em saber superar momentos tristes e perdas.” Em outras palavras, ela se opõe diretamente a infelicidade e à insatisfação.
É importante distinguir as tristezas de depressão ou de outros transtornos do humor. Depois de um episódio traumático, como perda de um ente querido ou de um emprego, o bem estar emocional deve voltar, gradualmente. “Em até seis meses, de acordo com os manuais de psiquiatria, você tem que estar melhor. O ritmo de vida precisa ir voltando, assim como a satisfação”, afirma Alexandre Sadeh, psiquiatra do Hospital das Clínicas e professor da PUC-SP. Mas ele acredita que mesmo para uma pessoa psiquicamente saudável ainda é difícil driblar as pressões cotidianas, sobretudo para o sexo feminino.
“Aumentou demais a carga de stress. Para uma mulher se dizer feliz hoje, nos parâmetros culturalmente determinados, é muito difícil”, afirma. Praticar a resiliência – a capacidade de se recuperar de frustrações – e o prazer em viver parece ser a receita mais eficiente para uma vida feliz.