16bSenhor, tu és nosso Pai, nosso redentor; eterno é o teu nome. 17Como nos deixaste andar longe de teus caminhos e endureceste nossos corações para não termos o teu temor? Por amor de teus servos, das tribos de tua herança, volta atrás. 19bAh! se rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti.
64,2bDesceste, pois, e as montanhas se derreteram diante de ti. 3Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam.
4Vens ao encontro de quem pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos. Tu te irritaste, porque nós pecamos; é nos caminhos de outrora que seremos salvos.
5Todos nós nos tornamos imundície, e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos todos como folhas, e nossas maldades empurram-nos como o vento.
6Não há quem invoque teu nome, quem se levante para encontrar-se contigo; escondeste de nós tua face e nos entregaste à mercê da nossa maldade.
7Assim mesmo, Senhor, tu és nosso pai, nós somos barro; tu, nosso oleiro, e nós todos, obra de tuas mãos.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
Salmo
(79)
—Iluminai a vossa face sobre nós,/ convertei-nos, para que sejamos salvos!
— Iluminai a vossa face sobre nós,/ convertei-nos, para que sejamos salvos!
— ÓPastor de Israel, prestai ouvidos./ Vós, que sobre os querubins vos assentais,/ aparecei cheio de glória e esplendor!/ Despertai vosso poder, ónosso Deus,/ e vinde logo nos trazer a salvação!
— Voltai-vos para nós, Deus do universo!/ Olhai dos altos céus e observai./ Visitai a vossa vinha e protegei-a!/ Foi vossa mão direita que a plantou;/ protegei-a, e ao rebento que firmastes!
— Iluminai a vossa face sobre nós,/ convertei-nos, para que sejamos salvos!
— Pousai a mão por sobre o vosso protegido,/ o filho do homem que escolhestes para vós!/ E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!/ Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!
SEGUNDA LEITURA
(1Cor 1,3-9)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:
Irmãos: 3Para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
4Dou graças a Deus sempre a vosso respeito, por causa da graça que Deus vos concedeu em Cristo Jesus: 5Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, 6àmedida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós.
7Assim, não tendes falta de nenhum dom, vós que aguardais a revelação do Senhor nosso, Jesus Cristo.
8Éele tambémque vos daráperseverançaem vosso procedimento irrepreensível, atéo fim, atéo dia de nosso Senhor, Jesus Cristo.
9Deus é fiel; por ele fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
EVANGELHO
(Mc 13,33-37)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 33Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. 34É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando.
35Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. 36Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. 37O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
Recadinho: - Podemos dizer que nossa vida é a de quem está sempre atento? A quê? - O fim do mundo nos amedronta muito? - Em que contexto você começou a conhecer Jesus? - O que lhe significa de específico o tempo do Advento? - Comente algum caso de alguém de sua convivência que esteve sempre vigilante e já foi chamado pelo Pai.
Homilia do 1º Domingo do Advento (30.11.14)
Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R
“Nosso Pai e Redentor”
Vinde trazer-nos a Salvação
Iniciamos o tempo do Advento. A palavra Advento significa vinda, chegada. Deus vem ao nosso encontro para oferecer a salvação, isto é, a vida plena. A liturgia continua a temática da vigilância. Não se trata de ficar preocupado, mas ocupado com toda boa obra. Nosso presente está em tensão permanente para a conclusão de nosso tempo.
O fato de não sabermos a data do fim, é um estímulo a vivermos bem o tempo todo. É como diz o Evangelho: “Vigiai, porque não sabeis quando o dono da casa chegará... para que não suceda que, vindo de repente, ele vos entre dormindo... O que vos digo, digo a todos; Vigiai!” (Mc 13,35-37).
A expectativa não bloqueia a vida, mas a enriquece. O tempo que nos é dado é tempo de salvação. A frágil condição humana é uma súplica para que Deus venha nos restaurar. Lemos: “Ah! se rompesses os céus e descesses” (Is 63,19b).
Em seu sofrimento, mesmo tendo consciência de seu pecado, o povo clama a Deus, pois só Ele pode reparar esse mal: “Tu te irritastes, porque pecamos”... “Todos nós nos tornamos imundícies, e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos como folhas e nossas maldades empurram-nos como o vento” (Is 64,4-5).
Na profunda miséria clama por salvação e tem confiança: “Tu és nosso Pai, nosso redentor; eterno é teu nome” (Is 63,16b)... A confiança vem da certeza de sua benevolência: “Nunca se ouviu dizer... que um Deus, exceto Tu, tenha feito tanto pelos que Nele esperam” (Is 64,3).
Deus cuida de nós como o oleiro de sua obra: “Somos barro; tu nosso oleiro, e nós todos, obras de tuas mãos” (7). A salvação só acontecerá se voltamos aos caminhos certos: “É nos caminhos de outrora que seremos salvos” (4). As más escolhas só se reparam com escolhas melhores.
Ricos em tudo
A liturgia nos ensina o sentido da vigilância a partir do que Deus nos oferece. A vida cristã não é tanto a conquista das riquezas de Deus, mas o acolhimento dos preciosos dons que oferece. São maiores que nossa capacidade de vivê-los. Paulo lembra aos coríntios: “Dou graças a Deus a vosso respeito, por causa da graça que vos concedeu em Cristo” (1Cor 1,4).
Esta graça é a palavra, o conhecimento e o testemunho de Cristo. E continua: “Não vos falta nenhum dom, vós que aguardais a revelação de Nosso Senhor. Ele também vos dará a perseverança em vosso procedimento irrepreensível” (1Cor 1,5.7-8). A vigilância é viver intensamente o que recebemos.
O momento final não é assustador. Éa hora da recompensa por termos participados da vida de Cristo e andado como Ele andou (1Jo 2,6). Participamos de seus sofrimentos, como disse aos discípulos: “Vós sois os que permanecestes comigo em minhas tentações; também Eu disponho para vós o Reino, como o meu Pai o dispôs para mim” (Lc 22,28-29).
Ele vem na fragilidade
É tempo de correr com as boas obras ao encontro de Cristo que vem (oração). Rezamos: “Aproveite-nos, ó Deus, a participação nos vossos mistérios. Fazei que eles nos ajudem a amar desde agora o que é do Céu e, caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam”.
Aprendemos a vigilância e nos preparamos para o Natal que vem. É uma vigilância ativa e não medrosa. Somos frágeis. Mas encontramos em Cristo não um Juiz perigoso, mas uma terna criança. Podemos dizer que é um poderoso Senhor com a simplicidade do pastor e o coração de uma criança. Frágeis mas fortes em Cristo.
Leituras: Isaias 63,16b-17.19b;64,2b-7; Salmo 79;1Coríntios 1,3-9;Marcos 13,33-37
Ficha nº 1392 - Homilia do 1º Domingo do Advento (30.11.14)
Advento significa vinda, chegada. A liturgia continua o tema da vigilância. Não saber a hora é estímulo a viver. A expectativa enriquece. A fragilidade humana é uma súplica a Deus para que nos restaure. A consciência do pecado estimula a clamar. A confiança vem da certeza da benevolência. Nos caminhos de outrora seremos salvos.
A liturgia deste domingo faz compreender a vigilância a partir do que Deus nos oferece. A vida cristã não é só uma conquista, mas o acolhimento de dons, como Paulo ensina aos coríntios. O momento final é a hora da recompensa por termos participado da vida de Cristo.
É tempo de correr com as boas obras ao encontro do Cristo que vem, abraçando o que não passa. A vigilância não é medrosa, mas ativa. Ele não é um juiz perigoso, mas uma terna criança. É o Poderoso com a simplicidade do pastor e o coração de uma criança. Frágeis, mas fortes em Cristo.
Não avisa quando chega
Iniciamos o Advento. Novo Ano Litúrgico, nova esperança. Nessa primeira parte do Advento refletimos sobre a espera do fim dos tempos que deve ser vivida na vigilância. Hoje refletimos sobre a vinda improvisa de Cristo.
Como viver? Ocupando-nos de nossas responsabilidades na sociedade e na Igreja. Não há o que temer se estamos em dia com nossos compromissos. Recebemos tantas coisas como diz Paulo em sua carta aos Coríntios: “Não tendes falta de nenhum dom”. A força não depende só de nós. Ele nos dará a perseverança.
Deus não vem de improviso. Nós é que não assumimos nossa parte. Por isso a primeira leitura diz: Somos culpados por Deus estar longe. Somos como um pano sujo, murchos como as folhas.
É nos caminhos de outrora que seremos salvo. É preciso voltar. O tempo é favorável. Por isso dizemos: Ah se rompesses os céus e descesses! Só Deus mesmo para nos consertar! Façamos um bom Advento!